Pois é, parece que, pela primeira vez neste blog, temos um artigo relacionado com viagens em família, mais especificamente sobre a nossa primeira viagem com um bebé. Depois de tantos anos a viajar sozinha (e algumas também acompanhada), chegou a hora de somar mais uma peça às minhas viagens. Peça essa que, se por um lado vem tornar as minhas viagens mais enriquecedoras, por outro vem também trazer novos desafios e obstáculos.
O meu filho nasceu em Janeiro de 2025 e, quase dois meses depois, fizemos a nossa primeira viagem com um bebé, numa roadtrip pela zona de Anadaluzia, em Espanha. Na altura o Kiko tinha apenas 7 semanas, o que exigiu de nós uma grande adaptação e flexibilidade no que toca às escolhas que fizemos para esta viagem. E é precisamente este o mote que me leva a escrever este artigo – que adaptações é que fizemos e, de que forma é que conseguimos fazer uma viagem com um bebé tão pequenino e, ao mesmo tempo, garantir a segurança (e diversão) de toda a família.
Vamos lá?
Como foi a experiência de fazer uma viagem com um bebé?
Antes de mergulhar em questões mais práticas, gostava de fazer uma avaliação geral à experiência de fazer uma viagem com um bebé. Confesso que, nos dias que anteciparam a viagem, estava bastante reticente com a ideia de viajar com um bebé tão pequenino. A verdade é que, na altura, ainda acordávamos várias vezes durante a noite e tive receio de que, a troca de alojamentos constantes e a própria mudança de rotina viesse alterar a pouca tranquilidade que tínhamos nos nossos dias.
No entanto, e estando a viagem feita, só posso confirmar o que já há muito lia em blogs – fazer uma viagem com um bebé não é assim tão difícil. O facto de ser um bebé pequenino fez com que ele dormisse na maior parte do tempo e, por isso, conseguimos explorar tranquilamente as cidades e desfrutar do ambiente. Já as noites não foram assim tão difíceis quanto isso e, honestamente, prefiro estar cansada a viajar do que cansada em casa. O cansaço físico e psicológico são coisas diferentes e, se fisicamente foi uma viagem cansativa, psicologicamente foi um rejubilo para a minha alma (especialmente depois de tantas semanas fechada em casa em pós-parto). Por isso recomendo vivamente esta experiência – é claro que não vai ser igual a viajar sozinha, ou mesmo em casal, mas vai certamente valer a pena.
Que adaptações fizemos para a nossa primeira viagem com um bebé?
1. Escolhemos um destino confortável
Para a primeira viagem com um bebé, decidimos não ser muito ambiciosos com o destino. E, por isso, escolhemos a nossa vizinha Espanha para este primeiro test-drive. Além de Espanha ser um país bastante seguro e com uma ótima rede de infraestruturas, é um país com o qual nós, portugueses, estamos familiarizados. Seja na língua, no funcionamento, e por aí fora. E, portanto, fez todo o sentido escolher este destino para uma primeira experiência.
2. Optámos por fazer uma viagem de carro
Escolher Espanha para esta primeira viagem com um bebé permitiu-nos também fazer uma viagem de carro, em estilo roadtrip, ao invés de uma viagem com aviões ou outros tipos de transportes públicos. Isto foi importante porque, na altura em que fizemos esta viagem, o Kiko ainda não tinha vacinas. Por esta razão, decidimos evitar locais com grandes aglomerações e, por conseguinte, maior risco de propagação de doenças.
Fazer uma viagem com um bebé de carro tem ainda a vantagem de lhe permitir descansar e fazer longas sestas (afinal, qual é o bebé que não adormece nas viagens de carro?!). Em termos estratégicos, decidimos fazer as viagens de carro a meio da tarde/ fim do dia, pois é nesta altura que o bebé está mais cansado (e nós também). Desta forma, e nos dias de viagem entre cidades, optamos por explorar a cidade de manhã e fazer as viagens depois do almoço.
Por fim, fazer uma viagem de carro permitiu-nos também levar mais coisas. É claro que algumas delas não foram necessárias, e numa próxima experiência com certeza não as vamos levar, mas para uma primeira viagem com um bebé, justificou-se alguns destes “exageros” (quanto mais não seja, para os pais ficarem mais descansados).
3. Preferimos apartamentos a hotéis
Esta foi uma das melhores decisões que tomámos nesta viagem com um bebé. Em vez de hotéis, optámos por alojamentos locais, através do Airbnb, por várias razões – em primeiro para fazermos as nossas refeições ao jantar. O nosso dia foi maioritariamente passado a explorar as cidades e sabíamos que, à noite, estaríamos exaustos. Em segundo lugar, e mais uma vez devido ao facto de o nosso bebé ainda não ter vacinas, não nos fazia sentido voltar a sair de casa à noite só para jantar. E, em terceiro lugar, porque este estilo de alojamento permitiu-nos manter a rotina noturna do nosso bebé sem que nós tivéssemos de ir para a cama com ele. Como tínhamos um alojamento com várias divisões, conseguíamos adormecer o bebé e aproveitar o resto da noite a dois. Foram só vantagens!
4. Organizámos a mala de uma forma eficiente
Fazer uma viagem com um bebé de carro permite-nos ser mais excêntricos no que toca à quantidade de malas a levar. No entanto, nós conseguimos encaixar 7 alojamentos diferentes num roteiro de 11 dias. Imaginem o que é fazer e desfazer malas praticamente todos os dias, com um bebé de 7 semanas. Eu já sabia que este seria um ponto crítico e, por isso, decidi desde logo ter alguma parcimónia quanto à quantidade de coisas a levar.
Mas mais importante do que isso, tentei organizar as coisas de uma forma eficiente. Tudo o que fossem coisas que não seriam de necessidade diária (medicação, bomba de extrair leite, kit de lavagem nasal, etc) ficaram no fundo da mala/ bolsos laterias da mochila. No compartimento maior tínhamos as coisas organizadas em cubos, para facilitar a arrumação. Assim que chegávamos a um alojamento, tirava logo a roupa que seria necessária para a noite/ dia seguinte e arrumava tudo de seguida. As malas quase nunca foram “totalmente desfeitas” e as coisas foram-se mantendo minimamente organizadas.
Além disso, nós levámos 3 mochilas, mas só usámos 2 de cada vez. Vou tentar explicar da melhor forma – uma das mochilas tinha as coisas do bebé e as outras duas mochilas tinham as minhas coisas e as do Pedro. Ora nós colocamos metade das nossas roupas numa mochila, e a outra metade na outra. Assim, durante metade da viagem levamos uma delas e, na outra metade, levamos a outra. Ou seja, havia sempre uma mochila que ficava no carro. É um pequeno truque, mas que nos ajudou a diminuir a quantidade de coisas que tínhamos de levar diariamente para o alojamento. Fica a dica!
5. Fizemos um seguro de viagem
Esta recomendação é transversal a qualquer viagem, com ou sem bebé. Fazer um seguro de viagem é essencial para evitar complicações e problemas maiores que podem colocar em causa toda a nossa experiência. E fazer uma viagem com um bebé requer uma maior responsabilidade e cuidado no que toca a estas questões. Em todas as minhas viagens faço um seguro de viagem e esta não foi exceção. Neste caso, optamos pelo Seguro de Viagem IATI Família, que nos ficou por menos de 30€ por pessoa, um valor bastante razoável para a proteção que oferece. Se utilizares este link para o teu seguro, terás automaticamente 5% de desconto.
Por fim, o que teria mudado nesta primeira viagem com um bebé?
Bom, como referi acima, a viagem foi muito positiva tanto para o bebé como para nós. Foi uma viagem cansativa (não vou mentir!), e nos últimos dois dias só queríamos chegar a casa e descansar. Ainda assim, acho que esta estratégia de viagem resultou bem connosco e não mudaria nada em concreto. No entanto, eu e o Pedro estamos bem habituados à logística de viagem e a mudar constantemente de alojamentos. Se não tivéssemos tanta experiência, talvez não tivéssemos arriscado num roteiro tão ambicioso. Por isso aqui fica a sugestão – se quiserem descansar, mais do que viajar e conhecer novos lugares, escolham apenas um ou dois sítios e deixem-se ficar. Se, tal como eu, tiverem sede de mundo, metam a mochila às costas e arrisquem. O céu é o limite, com ou sem bebé!
E pronto, espero que este artigo vos seja útil! Boas viagens :)
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